“Dani, como eu evito namoros abusivos?” Essa é uma das perguntas que eu mais escuto, seja de seguidores, pacientes e até amigos. É que com tanta informação na internet, fica até difícil identificar se aquela atitude é tóxica ou é apenas um erro comum, né?! E aí nos privamos de conhecer novas pessoas e nos entregar para o amor. É que de tanto se proteger, a gente acaba afastando até os amores bonitos (e calma, eles ainda existem, tá?!)
Dessa forma, quero te relembrar que: os sinais estão ali, sempre estiveram, você só precisa estar disposta a enxergar. E é aí que mora o problema: muitas vezes arranjamos desculpas para situações ruins que vivemos. Pensamos: “ah, mas foi só um ataque de raiva”, “ah, mas ele me traiu só 1x, não vai acontecer de novo”. E sabe por que arranjamos tantas justificativas?
1. Porque temos medo de ficar sozinhas;
2. Porque ainda não nos conhecemos o suficiente para saber o que é aceitável ou não.
Eu sei, porque eu também já passei por isso. “UMA TERAPEUTA JÁ PASSOU UMA RELAÇÃO ABUSIVA?” Meu amor, eu sou humana e já vivi muita merda nessa vida, mas foi com esse tanto de bagagem que decidi me profissionalizar e ajudar outras pessoas a não passarem pelo que passei.
→ HORA DA HISTÓRIA
Por isso, vamos ao fato: eu conheci um ex em 2013, estávamos ficando sério e ele me informou que daria carona para uma menina que sempre quis ficar com ele. Não impedi, nem tinha cabimento, ele era livre, só pedi que não fizesse besteira e não ficasse com a garota. Agora te desafio a dar um palpite do que aconteceu: ficou ou não ficou?
Quando nos vimos novamente, questionei o que tinha acontecido e a verdade veio nua e crua: “eu fiquei com ela, tinha bebido, sabe como é.” Apesar de imaginar que isso fosse acontecer, eu senti uma pontada no peito, afinal: quem quer ser traído?! Por mais que não fosse um namoro, estava combinado que éramos eu e ele “contra o mundo”. Braba, decidi me levantar e sai, pedi que me esquecesse e ele veio em minha direção, me colocou contra a parede pelo pescoço e apertou. Na hora fiquei sem reação, arregalei o olho incrédula que aquilo pudesse estar acontecendo. O cara erra comigo, eu fico chateada e braba e eu ainda sou sufocada?
O problema nisso é: esse foi o meu aviso e eu ignorei. Ele pediu perdão, mandou flores pra minha casa, disse que jamais era capaz de me machucar e me ferir, que foi um impulso do momento para me controlar para que eu não fosse embora. E eu? Bom… Eu acreditei. No fundo, eu sabia que aquilo estava errado, mas eu não me conhecia o suficiente para saber meus limites.
Eu quis te contar essa história porque, por mais que os sinais sejam mais sutis que esse que eu vivi, eles estão ali: seja fazendo você sair como culpada em tudo que acontece entre vocês (manipulação), seja te traindo e colocando a culpa em você ou seja com atos físicos mesmo. Se existe uma primeira vez, é suficiente para não existir CHANCE de existir uma segunda vez, me entende?!
→ FERRAMENTA TERAPÊUTICA: evitando namoros abusivos
Por isso te convido a fazer um exercício terapêutico muito importante: divida uma folha ao meio e escreva “ACEITO” ou “NÃO ACEITO” e anote tudo que você aceita ou não em uma relação. No final, escreva o que você é capaz de suportar (afinal, como falei no início, não dá para ficar tirando as pessoas da tua vida só porque elas foram um pouco mais grosseiras ou algo do tipo. As pessoas vão errar, você só precisa saber o que é tolerável ou não!
Ah, e quando finalizar, não esquece de praticar. Se conhecer alguém que tome uma atitude que está na parte do “não aceito”, foge! Não importa a desculpa que a pessoa te forneça, sua integridade, saúde mental e o seu coração merecem mais.